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Chomsky e Searle sobre Inteligência Artificial: o que alcançamos

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O que podemos pensar frente aos avanços na área de inteligência artificial apresentados recentemente? Alertas que ouvimos, lemos e assistimos sobre a inteligência artificial e comentários catastróficos seriam exagerados? 

Pensando nisso, o desenvolvedor de software front-end da Caiena Luiz Santos reuniu explicações dos especialistas Noam Chomsky e John Searle sobre o real impacto e avanços da inteligência artificial. 

“Acredito que podemos acompanhar estes incríveis avanços tomados com um ‘grão de sal’. É inegável que muitas formas de trabalho foram extintas, no entanto, elas ocorreram porque formas mais eficientes surgiram, e estas são fruto da engenhosidade humana”, reflete Santos. Continue com a leitura para entender melhor o que de fato alcançamos com a inteligência artificial.

Navegue pelo conteúdo:

- Noam Chomsky: o algoritmo probabilístico-estatístico versus o sistema eficiente e criativo da mente humana

- John Searle: podem os computadores pensar?

- Conclusão

Noam Chomsky: o algoritmo probabilístico-estatístico versus o sistema eficiente e criativo da mente humana

No artigo publicado em 9 de março de 2023 pela Futurist, “AI isn’t comming for us all, you idiots” (em tradução livre, “A IA não está vindo atrás de nós, seus idiotas”), o renomado filósofo, linguista e cientista cognitivo Noam Chomsky faz as suas um tanto “irritadas” considerações sobre uma dose de medo que é alimentada dentro de nós quando o assunto é o desenvolvimento da inteligência artificial hoje em dia.

O filósofo, em entrevista, afirma que apesar dos impressionantes avanços realizados atualmente em chatbots de inteligência artificial, como o ChatGPT desenvolvido pela OpenAI, não estamos sequer perto do que viria a ser algo preocupante do cenário alarmista levantado por afirmações como “A inteligência artificial vai roubar os nossos empregos” ou “A inteligência artificial vai acabar com os empregos do setor A ou B”.

Ele afirma que “este dia pode chegar, mas ainda sequer amanheceu, contrário do que pode ser lido em manchetes sensacionalistas…”. E acrescenta que “embora esses programas possam ser úteis em domínios restritos”, não há qualquer chance de o aprendizado de máquina no seu estado atual competir com a mente humana.

O filósofo segue afirmando que a mente humana (diferente de um ChatGPT) não trabalha como um motor estatístico que acessa centenas de terabytes de dados e em seguida extrapola uma resposta coloquial para uma provável questão científica. Pelo contrário, a mente humana é um sistema surpreendentemente eficiente e elegante, que opera com pequenas quantidades de informação e não busca conclusões criando correlações entre dados, mas cria explicações. 

Os chatbots de inteligência artificial não estão sequer imitando a mente humana, mas apenas gerando resultados baseados em probabilidade e estatística. “Eles meramente negociam com probabilidades que mudam com o tempo”, afirma Chomsky. Eles não estão realizando o trabalho resultante de compreensão e conhecimento profundo do qual a mente humana é capaz. Logo, estas inovações são algoritmos que trabalham com extrema eficiência e rapidez respostas com o uso de métodos estatísticos e probabilísticos, o que NÃO significa que eles sejam inteligentes, muito menos que tenham uma inteligência superior à dos humanos.

Por essas razões, Chomsky declara que “as previsões relacionadas a sistemas de aprendizado de máquina serão sempre superficiais e dúbias”. Em outras palavras, o conceito de que alguma inteligência ou inteligências artificiais irão algum dia dominar o mundo é impossível e carente de compreensão de como o mundo funciona.

Alguns podem argumentar contra o filósofo ao assistirem, por exemplo, apresentações como as dos robôs da equipe Atlas da Bostom Dynamics demonstrando movimentos de parkour que, entre nós Homo sapiens, somente os fisicamente condicionados seriam capazes de realizar. No entanto, estes robôs são resultantes de um incrível investimento e criatividade de engenharia humana, e só realizam tais tarefas em ambientes controlados e dentro de um contexto específico. Ou seja, eles ainda são programados para fazer o que fazem e não possuem autonomia para tomarem decisões por conta própria, por mais promissores que sejam os avanços. Logo, ainda há um longo caminho a ser percorrido.

John Searle: podem os computadores pensar?

Saindo do campo da mídia e das entrevistas a figuras renomadas como Chomsky, um livro não tão recente para refletir sobre os possíveis avanços na área de inteligência artificial é o do filósofo da mente John Searle, “Mente, Cérebro e Ciência”, publicado em 1984.

Na obra, especificamente no segundo capítulo “Podem os computadores pensar?”, Searle questiona as considerações e expectativas quanto a uma inteligência artificial e o porquê da resposta ao título do capítulo ser muito provavelmente negativa, apesar dos vários avanços realizados na área.

O capítulo pode ser sintetizado em quatro premissas básicas:

1. Os cérebros causam mentes: uma mente não é algo produzido e depois introduzido no cérebro humano, mas um produto de processos que ocorrem dentro do próprio cérebro. Logo, a ideia da mente ser algo como o software do “nosso hardware” (ideia que podemos ver em outros filósofos como Descartes) e a utilização deste conceito para o que chamamos de inteligência artificial forte tem as suas complicações.

2. A sintaxe não é suficiente para a semântica: não é porque uma tecnologia de inteligência artificial te devolve uma resposta “certa” que ela compreende da mesma forma que os seres humanos o que foi pedido e respondido, e isso é um dos grandes desafios em IA. Aqui, Chomsky está na mesma linha de raciocínio que Searle. O que temos hoje em IA são bons, senão ótimos, resultados baseados em probabilidade e estatística. Os trilhões de “dados” dos quais um ChatGPT dispõe não são palavras compreendidas, mas parâmetros usados em modelos probabilísticos e estatísticos que possibilitam respostas apenas próximas de uma conversa humana.

3. Os programas de computador são inteiramente definidos pela sua estrutura formal ou sintática: a mente não funciona como um programa que roda modelos e rotinas baseadas em probabilidade e estatística. Embora afirmar isso seja um pouco repetitivo, o que um programa de computador de fato faz no caso da IA é um bom uso do recurso sintático, mas não do semântico. Em outras palavras, ele não sabe o significado das coisas.

4. As mentes têm conteúdos mentais; especificamente, têm conteúdos semânticos: segundo Searle, pensamentos, crenças, desejos são acerca de alguma coisa. Com isso, ele quer dizer que a mente não funciona como os modelos de inteligência artificial que temos hoje. Não temos armazenados em nossas mentes trilhões de parâmetros como um disco rígido e que selecionamos ou calculamos conforme uma informação recebida.

O filósofo termina o capítulo afirmando que o resultado da discussão deve ser que, antes de tudo, devemos nos lembrar que os estados mentais do cérebro são fenômenos biológicos e que a consciência e a subjetividade humanas fazem parte da nossa história biológica.

Conclusão

O que na melhor das hipóteses foi produzido até hoje no ramo da inteligência artificial são simuladores de inteligência. O ChatGPT, como qualquer outro modelo de inteligência artificial, é uma grande e inovadora ferramenta alimentada com trilhões de parâmetros e que (grosso modo) usa técnicas de probabilidade e estatística, mas se e somente se receberem informações, “perguntas” (bem formuladas), para então com o auxílio dos parâmetros armazenados, nos darem as “respostas”que buscamos da melhor forma possível.

O que nós temos hoje em dia sobre inteligência artificial não pode ser comparado à cognição do ser humano. Um exemplo: você, por acaso, precisa receber todos os parâmetros existentes dos conteúdos aprendidos na área de Ciência da Computação para ser capaz de aprender a programar e escrever soluções para as várias áreas na qual ela é aplicada? Não, você aprende um pouco e evolui a partir disso. Isso não é o que acontece com um ChatGPT.

Para os entusiastas do “Eu Robô”, “Exterminador do Futuro” e ficções afins, ainda sequer chegamos perto do que se poderia chamar de inteligência, mas quem sabe um dia… E para os curiosos, pois adquirir conhecimento é divertido e nunca é demais, deixo a recomendação de livros, vídeos e games relacionados à inteligência artificial. Para ler, sugiro “Mente, Cérebro e Ciência”, de John Searle, de 1984; e “Superinteligência: caminhos, perigos, estratégias”, de Nick Bostrom, de 2019. Para assistir, indico “Entendendo Como ChatGPT Funciona - Rodando sua Própria IA” e “AlphaGo - The Movie | Full award-winning documentary”, ambos disponíveis no YouTube. E para jogar, o game “Detroit – Become Human”.

E se quiser completar seus conhecimentos sobre inteligência artificial com conteúdos do Blog da Caiena, confira as publicações “Inteligência Artificial além do ChatGPT”, “A inteligência artificial será capaz de substituir desenvolvedores de software” e sobre o “Teste de Turing”.

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