"Você se gradua em Economia, faz um mestrado em Administração Pública, trabalha 25 anos com políticas públicas e projetos sociais e ainda assim não imagina que algum dia realizará algo tão impactante, que sequer sonhava existir. Existiu e eu, afortunado, pude atuar como gestor dele. O prêmio do nosso time no iF Design Award é um dos orgulhos que tenho na vida. Quando fui comunicado do prêmio, fiquei surpreso e feliz. No evento da premiação, na sede da BMW, na Alemanha, entendi que havia sido muito merecido porque o cidadão sempre esteve no centro das nossas decisões."

"Quando o projeto chegou a nós, e vimos que era algo para melhorar a relação dos cidadãos com o Estado do Ceará, foi como um chamado para 'salvar o mundo'. No setor de administração pública, não é sempre que algo assim pode acontecer. Desenvolvemos algo que efetivamente melhora a qualidade dos serviços públicos e a capacidade de ouvir e servir bem o cidadão, facilitando as manifestações e dando resposta a isso, usando a informação em um processo de melhoria contínua."

"Estávamos na primeira reunião para desenhar a manifestação de interesse, em uma equipe formada por engenheiros, designers e comunicadores, e eu fiz um comentário, pedindo que tudo o que fizéssemos fosse baseado em uma só figura, o cidadão. A gente tinha que pensar que esse cidadão podia ser de todos os perfis, desde uma pessoa semiletrada do interior, sem acesso à internet, até um estudante de pós-graduação com todas as habilidades para fazer valer seus direitos."

"Para sermos inclusivos, coerentes, e para realmente entregarmos uma solução de um Estado que ouve e dá atenção ao que o cidadão precisa, precisamos de gente, ouvir o outro lado. Um dos pontos altos foram as demonstrações públicas do produto, para colher o principal feedback, que é o do usuário. Ficamos muito felizes de conversar com as pessoas, ouvir suas experiências. A pesquisa etnográfica deu frutos indiretos, mostrou como o cidadão estava se sentindo, a quem costumava recorrer e reagir, ou se estava sendo adequadamente atendido."

"A gente 'comprou' a ideia de criar uma inovação, e você tem que convencer as pessoas de aceitarem aquilo nos contratos públicos, porque isso ainda é um pouco 'escorregadio', uma vez que a metodologia ágil não conversa com o padrão de contratação dos editais, que devem seguir à risca o que está formalizado. No decorrer do projeto, identificamos algumas soluções defasadas, que não seriam coerentes com o objetivo final, e nos comprometemos a explicar até à exaustão o porquê de não seguirmos com aquilo, trazendo também quais seriam as melhorias. E estamos falando do mundo da tecnologia, em que as inovações mudam a cada dia."

"A impressão que tenho quando ouço o pessoal da Caiena contar sobre projetos que fez antes e depois desse é a de que quanto mais inédito e quanto menos comum, mais desafiador e mais instigante é para a equipe. Então, acho que o Ceará Transparente se enquadrou como tal. A gente simplesmente manteve o alto nível e a elevada expectativa, esse desejo de realmente fazer história, fazer a diferença."